Por Gô Dillenburg
Comida Afetiva!
Olá! Hoje estou saudosa, com muitas lembranças no coração, deve ser o outono, que sempre faz me sentir assim, pensativa e de alma leve. Então resolvi aproveitar este sentimento muito comum entre nós humanos e escrever sobre a comida afetiva, ou seja, a comida que mexe com nossos sentimentos e nos trazem muitas lembranças, da infância, de alguém que amamos e já partiu, de um momento que nos marcou tão fortemente que é quase impossível esquecê-lo ao sentir o aroma de um prato, o gosto de alguma comida ou mesmo só de olhar estes, nosso coração pulsa mais forte, por vezes, lágrimas deslisam em nosso rosto e dá vontade de voltar no tempo!
Sou confeiteira há alguns anos e sempre me deparo com pedidos assim: faz pra mim este produto, pois quando como me lembro de tal pessoa ou tu faz do jeito que minha tia fazia, minha vó, mãe!
Eu sei bem o que é isso e hoje trago três exemplos vividos nesta semana que passou.
1º Minha cliente e amiga Mara da Silva sempre que me encomenda a cuca cremosa de baunilha suspira e diz: me deu saudades da minha tia e só tu faz a cuca igual a dela, quando sinto saudades dela te encomendo esta cuca!
2º Cada vez que vou fazer bolachas pintadas ( o nome tradicional é Weinachtskrekse ou bolacha de natal, mas nós aqui do sul a chamamos de bolachas pintadas), lembro da minha infância no município de Carlos Boarbosa, onde tínhamos uma vizinha que toda vez que fazia estas bolachas nos levava um pouco, confesso: era a maior festa, pois nós éramos 7 filhos e bolacha por lá era coisa rara, então estas abençoadas bolachinhas da Dona Marieta eram um banquete para nós. Quando elas estão assando o cheiro do sal amoníaco fica forte e me lembra mais ainda aqueles tempos. Ela trazia as bolachas ainda quente e o cheiro forte do sal amoníaco exalava pela cozinha!
3º Vi minha amiga e também confeiteira Patricia Abreu da Foquinho Doces e Salgados, postar uma foto da torta Marta Rocha que ela fez, logo um flash de memória saltou em minha mente, a torta que minha amada e saudosa mãezinha sempre falava: o melhor bolo que eu já comi é a Marta Rocha que minha irmã Olga faz. Ela experimentou esta torta na década de 70, quando veio a passeio a Porto Alegre na casa da tia e chegou lá na nossa casa em Carlos Barbosa nas nuvens, dizendo que tinha comido um bolo maravilhoso com o nome da mulher mais lindo do mundo: Marta Rocha. Agora quando como esta torta, dou risada "sozinha" pois sei que divido um pedaço com ela!
Então?! Qual comida te faz ter este sentimento? Quer dividir tua história conosco? Deixe nos comentários abaixo.
Beijos no coração
Gô Dillenburg
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