Por João Luis de Almeida

Os corredores de campanha, com suas paisagens serenas e distâncias compridas delimitados pela cerca de arame, com empedrados, areia, pontes de madeira, sangas, macegas e arvoredos são verdadeiras testemunhas da beleza simples e natural do sul. Nestes espaços abertos, onde a natureza reina soberana, é possível contemplar a majestade dos animais que por eles cruzam.
Algumas vacas mansas pastam tranquilamente e se harmonizam perfeitamente com a vastidão dos campos, enquanto os peões a cavalo mangueiam tropas, o aboio é mais que um canto, uma voz ecoando genuínos sentimentos da alma sulina; o bate “cascos” empoeira o cenário tropeiro. Algum domador enforquilhado ainda lida com a força bruta, usando destreza, conhecimento e amor pelos costumes antigos trazendo uma sensação de rusticidade e tradição aos corredores de campanha.
Pelo corredor além de uma ligeira prosa num encontro de lindeiros, mora a educação onde um cumprimento é mais que um abano ou aperto de mão, mas cordial afeto e respeito pelo seu semelhante, ensinamento deixado pelos anteriores.
Mas não são apenas os animais terrestres que habitam esses cenários deslumbrantes. Os pássaros, com suas cores vibrantes e melodias encantadoras, preenchem o ar com vida e alegria, contribuindo para a atmosfera única desses locais.
Cada elemento que compõe um corredor de campanha nos campos do sul é uma verdadeira obra-prima da natureza, revelando as maravilhas e belezas que surgem da simplicidade e da harmonia entre os seres vivos e seu ambiente. É nesses espaços que a grandiosidade da natureza se mostra em toda sua plenitude, convidando-nos a apreciar e respeitar a vida em suas mais diversas formas e manifestações. E o campeiro um personagem deverasmente fundamental, zelando pelo melhor deste universo de campo.

...Em tropeadas mangueando boi
Empoeirei antigas saudades
Pelo lombo dos corredores
E tropiquei em fortes verdades...

...Linda quero trazer-te pro rancho 
Que construí no fundo do corredor 
Os teus carinhos darão vida 
As noites de solidão e sem cor...

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